15 de abril, 2025
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta segunda-feira (14/04) a suspensão nacional de todos os processos que discutem a legalidade da contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas ou autônomos, prática conhecida como pejotização.
A medida visa uniformizar o entendimento e reduzir a insegurança jurídica decorrente de decisões conflitantes da Justiça do Trabalho e STF sobre o tema, definindo o norte para escolha do modelo que pretende nortear as relações de trabalho.
A discussão impacta diretamente a decisão dos empreendedores e abrange diversas categorias de trabalhadores, em especial os que atuam como microempreendedores individuais (MEIs).
O modelo alternativo à CLT é especialmente utilizado em setores que operam com alta demanda e necessidade de flexibilidade contratual, tais como na tecnologia, marketing, audiovisual, medicina, educação, logística, engenharia, consultoria. Esse formato tem sido relevante para viabilizar operações, reduzir custos e adaptar a prestação de serviços às dinâmicas modernas de mercado.
Análise do Caso
A decisão foi tomada no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE 1.532.603) que trata sobre a existência ou não de vínculo empregatício entre um corretor de seguros e uma seguradora. O STF reconhece a repercussão geral da matéria, estabelecendo o Tema 1.389 que na sua discussão deverá abranger os seguintes pontos:
O ministro Gilmar Mendes destacou na decisão que a controvérsia sobre a legalidade desses contratos tem sobrecarregado o STF diante do elevado número de reclamações contra decisões da Justiça do Trabalho. Segundo o ministro, o sistemático da orientação do Supremo Tribunal Federal pela Justiça do Trabalho tem contribuído para um cenário de grande insegurança jurídica, resultando na multiplicação de demandas que chegam ao STF, transformando-o, na prática, em instância revisora de decisões trabalhistas”.
Implicações Práticas para Empresários
Conclusão
A suspensão determinada pelo STF representa um marco significativo para o ambiente empresarial brasileiro. Empresas que utilizam o modelo de pejotização devem acompanhar atentamente o desdobramento do Tema 1.389, pois o julgamento definirá diretrizes claras sobre a legalidade e os limites dessa prática.
A uniformização do entendimento proporcionará maior segurança jurídica para as empresas e trabalhadores, contribuindo para um ambiente de negócios mais estável e previsível.
A equipe Trabalhista permanece à disposição para mais esclarecimentos.
Breno Moreira e Silvio Almeida
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